terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Vésperas e posteriores!

As vésperas são sempre interessantes, pois envolvem certa ansiedade, um desejo de que tudo aconteça imediatamente e, ao mesmo tempo, aquela tentação de crer que isso não irá passar; sabendo, no entanto, que para isso a data não poderia chegar. Às vezes as vésperas nos tiram o sono, é como se tivéssemos uma premonição daquilo que irá acontecer, mas ao mesmo tempo desejássemos profundamente poder eternizar aquele momento, embora saibamos que ele é passageiro. Vésperas, oh vésperas!!! Vésperas são sempre vésperas ainda que sejam as vésperas de uma declaração de amor, vésperas de sua viagem para visitar a família, vésperas de NATAL. Hoje antecede o NATAL e o que eu farei; certamente viverei a ansiedade de mais uma NATAL que se aproxima. Portanto, sem a esperança mística do nascimento de uma criança que poderia trazer a salvação para todos– é uma mera opinião –, talvez devêssemos nos colocar a serviço das crianças reais e concretas, às vezes famintas, que se encontram entre nós, se encontram EM nós. Quantas vezes nos permitimos viver a ansiedade das vésperas? Na realidade, isso não parece ser interessante, de fato. Esqueçamos a ansiedade das vésperas. Coloquemo-nos na atitude vigilante de quem acredita que cada dia é um novo nascimento, cada dia é uma viagem, uma declaração de amor: o nascimento de uma nova realidade, uma viagem para um futuro incerto e por isso decisivamente interessante e, finalmente, uma declaração de amor para todos com aqueles que iremos conviver e também para com o nosso próprio ser. Estas três questões poderiam nos remeter aquilo que chamamos o sentido da vida: como aprender com as viagens, nascimentos e amores? Este é o exercício mais interessante que se nos apresenta a cada dia!
Ora, resta dizer que NATAL é o dia em que deveríamos nos permitir viver mais intensamente cada um destes movimentos que nos constituem no dia-a-dia. Assim como nascer exige uma ruptura, as viagens têm sempre ar de despedida e chegada ao mesmo tempo, também os amores deixam para trás e nos abrem a novas possibilidades. Exito quanto penso e me desafio a viver estes três movimentos. Enfim, chegando mais um NATAL gostaria de aprender a amar, viajar e, acima de tudo, aprender a nascer cada dia com a certeza incerta de que tudo pode ser melhor a cada dia. Se tudo isso não for correto, espero que o clima místico do nascimento do menino Jesus nos envolva e faça com que acreditemos cada dia mais na capacidade humana de amar e de construirmos um mundo mais justo, mais humano e por que não, mais cristão.
Um FELIZ NATAL para todos vocês que fazem, com maior ou menor intensidade e concretude, parte da minha vida!!!

Neison Scholl Bamberg
24/12/2007